domingo, 29 de junho de 2014

Era apenas o começo...(parte 1)



Comecei a ler o texto de Denys Cuche, “A noção de cultura nas ciências sociais”, e logo no início “A noção de cultura é necessária para pensar a unidade da humanidade na diversidade além dos termos biológicos(...) o homem é essencialmente um ser de cultura”. As diferenças biológicas são as primeiras a serem destacadas, em um segundo momento vemos o quanto à cultura são diversas.



Ao entrar no avião já havia uma miscigenação. Do meu lado sentou-se um rapaz do Espírito Santo que iria para o Japão passar as férias, e do outro lado uma chilena que morava em Estocolmo. Dividindo o mesmo espaço por doze horas, mas com objetivos diferentes. Conversei por bastante tempo com o brasileiro, já a chilena resolveu dormir a maior parte do voo. E isso é um pequeno exemplo do que somos talvez culturalmente induzidos a fazer, ou seja, nos darmos bem com o grupo a que pertencemos.
Na alfândega em Londres, percebi que a maioria dos atendentes eram imigrantes, pelo sotaque, acredito que eram indianos. Ali também tive meu primeiro contato absoluto com o inglês e claro, a situação burocrática de apresentar o passaporte. Oficialmente tenho uma identidade brasileira, mas quer dizer que todo o meu ser é desenvolvido assim? Ou eu posso também ter outras características adversas do meu grupo?
Um senhorzinho inglês chamado Mike me buscou no aeroporto, ele foi bastante simpático e me contou que tinha uma nora brasileira e que o filho pretendia se mudar para o Brasil, e aquilo foi um sinal próximo do quanto a globalização é grandiosa. Ao chegar na cidade Bournemouth, onde eu viveria pelos próximos três meses, observei a arquitetura baseada em grande parte na uniformidade, e não é algo que eu veja com frequência no Brasil, a não ser em alguns condomínios fechados. Senti a aparência do choque. Regiões bastante arborizadas, carros considerados luxuosos, casas sem portão, carros nas ruas em vez das garagens.
Era apenas o começo...



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