Comecei a ler
o texto de Denys Cuche, “A noção de cultura nas ciências sociais”, e logo no
início “A noção de cultura é necessária para pensar a unidade da humanidade na
diversidade além dos termos biológicos(...) o homem é essencialmente um ser de
cultura”. As diferenças biológicas são as primeiras a serem destacadas, em um
segundo momento vemos o quanto à cultura são diversas.
Ao entrar no
avião já havia uma miscigenação. Do meu lado sentou-se um rapaz do Espírito
Santo que iria para o Japão passar as férias, e do outro lado uma chilena que
morava em Estocolmo. Dividindo o mesmo espaço por doze horas, mas com objetivos
diferentes. Conversei por bastante tempo com o brasileiro, já a chilena
resolveu dormir a maior parte do voo. E isso é um pequeno exemplo do que somos
talvez culturalmente induzidos a fazer, ou seja, nos darmos bem com o grupo a
que pertencemos.
Na alfândega
em Londres, percebi que a maioria dos atendentes eram imigrantes, pelo sotaque,
acredito que eram indianos. Ali também tive meu primeiro contato absoluto com o
inglês e claro, a situação burocrática de apresentar o passaporte. Oficialmente
tenho uma identidade brasileira, mas quer dizer que todo o meu ser é
desenvolvido assim? Ou eu posso também ter outras características adversas do
meu grupo?
Um senhorzinho
inglês chamado Mike me buscou no aeroporto, ele foi bastante simpático e me
contou que tinha uma nora brasileira e que o filho pretendia se mudar para o
Brasil, e aquilo foi um sinal próximo do quanto a globalização é grandiosa. Ao
chegar na cidade Bournemouth, onde eu viveria pelos próximos três meses,
observei a arquitetura baseada em grande parte na uniformidade, e não é algo
que eu veja com frequência no Brasil, a não ser em alguns condomínios fechados.
Senti a aparência do choque. Regiões bastante arborizadas, carros considerados
luxuosos, casas sem portão, carros nas ruas em vez das garagens.
Era apenas o
começo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário